segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Ampliação de Conhecimentos: Catastrofismo Versus Uniformitarismo

Uniformitaristas e catastrofistas

A noção de que a história do Homem sobre a Terra tinha sido antecedida por uma outra história, anterior à sua presença, começou a tornar-se mais nítida no final do século XVIII. Os pesquisadores que procediam ao estudo da crosta terrestre, das suas rochas e dos fósseis que estas por vezes contêm, foram os primeiros a sentirem necessidade de se servirem de uma cronologia longa. As investigações realizadas tinham evidenciado, de forma clara, a existência de estruturas estratificadas cuja espessura e riqueza em fósseis marinhos bem conservados (conchas, corais, etc.) sugeria uma deposição extremamente lenta o que, por sua vez, implicava a aceitação de grandes extensões de tempo.

Os fenómenos geológicos passaram a ser explicados através de pequenas alterações imperceptíveis à escala humana mas significativas quando actuando durante milhões de anos. Porém, nem todos os defensores de uma escala de tempo longa aceitaram unicamente a actuação de causas lentas e graduais; para muitos esse imenso tempo podia ser interrompido por catástrofes violentas. Pode mesmo afirmar-se que a geologia europeia, da primeira metade do século XIX, foi dominada por correntes catastrofistas que se socorriam de causas bruscas para explicarem as principais mudanças ocorridas na crosta terrestre.

Uniformitarismo é a designação atribuída a um dos princípios básicos da Geologia. Este princípio, que é antes de mais um princípio metodológico, pressupõe uma uniformidade temporal dos processos geológicos e das suas causas. É considerado por alguns como sinónimo de actualismo e em oposição ao conceito de catastrofismo.

Contudo, este termo ainda hoje não possui um significado consensual. Além do significado anteriormente referido e que pode ser resumido na afirmação que o presente é a chave para o passado, também surge associado a outros dois significados: as leis da Natureza são uniformes; as mudanças geológicas processam-se de forma lenta e gradual, sem descontinuidades súbitas, nem catástrofes.

Este princípio uniformitarista já se encontrava presente na obra de Hutton, mas foi Lyell o responsável por fazer renascer as concepções huttonianas, numa Inglaterra que nos inícios do século XIX estava dominada pelas correntes diluvianistas, defendidas, entre outros, por dois naturalistas e clérigos anglicanos, William Buckland (1784-1856) e Adam Sedgwick (1785-1873), que tentavam conciliar os relatos bíblicos do Dilúvio com os registos geológicos. A presença de fósseis em zonas actualmente inabitadas e a descoberta de grandes mamíferos conservados em gelo, como os mamutes na Sibéria, era interpretada como tendo os continentes sido invadidos por águas diluvianas arrastando consigo seres que viveriam em locais longínquos. Lyell também foi um seguidor de Hutton, na medida em que tentou aplicar as concepções de Newton à geologia, pretendendo estabelecer os princípios básicos desta ciência, aproximando-a assim de ciências como a física e a química. Lyell e Hutton tiveram uma posição crítica face a outros filósofos e naturalistas da sua época, que acreditavam serem estáveis os sistemas naturais, introduzindo a ideia de que as forças geológicas é que eram estáveis e não os sistemas.

Embora Lyell fosse possuidor de uma formação inicial em Direito, cedo foi atraído para a geologia pelas conferências de Buckland na Universidade de Oxford. Contudo, não foi um seguidor das suas ideias, baseando toda a sua argumentação na aceitação do princípio que os acontecimentos do passado podem ser explicados com base nas causas actuais. Para Lyell, as causas que actuavam na Terra eram semelhantes às que tinham actuado no passado, não só em género como também em intensidade. Estas concepções entravam em discordância não apenas com Bukland e Sedwick mas também com outros contemporâneos seus (Cuvier, D’Orbigny, Élie de Beaumont) que defendiam uma interpretação das lacunas e das descontinuidades nos registos como resultantes de catástrofes naturais, embora aceitassem a antiguidade do nosso planeta.

A procura de evidências que lhe permitissem fundamentar as suas ideias, conduziu Lyell à realização de várias viagens pelo continente europeu. Estas viagens permitiram-lhe não só amadurecer as suas teorias como também estabelecer contactos com diversos outros naturalistas.

As interpretações do registo fóssil, feitas nesta época, foram influenciadas por diferentes quadros teóricos. Muitos dos que continuavam a procurar na Natureza uma evidência para as Escrituras, afirmavam que a Terra tinha sido povoada, a determinada altura, pelo Criador com seres semelhantes aos actuais. Contudo, outros, estavam conscientes da mutabilidade das formas naturais e de que a Terra escondia uma sucessão de outros mundos. Era um facto conhecido pelos naturalistas, desde há algum tempo atrás , que as ‘formações Secundárias’ continham fósseis de seres de reinos desconhecidos na actualidade, como por exemplo as amonites, belemenites e trilobites. Mas alguns ainda interpretavam este facto como resultado do desconhecimento de algumas das espécies que ainda viveriam no nosso planeta.

Para o avanço destes debates muito contribuíram os primeiros estudos de anatomia comparada, realizados com base em esqueletos fossilizados, que colocaram em evidência não serem os antigos seres semelhantes aos actuais o que, por sua vez, implicava a aceitação de que algumas espécies se teriam extinguido ao longo do tempo. É a Georges Cuvier (1769-1832), um dos principais defensores do catastrofismo geológico, que se atribui a criação da paleontologia dos vertebrados. Professor do Museu de História Natural em Paris foi uma das personalidades mais representativas e influentes do seu tempo. Este naturalista, associado normalmente ao fixismo biológico, considerou estar a Terra sujeita, com uma certa regularidade, a súbitas e violentas revoluções que provocariam a extinção da fauna existente. Estas fases de mudança brusca, seriam seguidos de períodos de estabilidade em que um nova fauna e flora voltariam a ocupar a superfície do globo, dando origem a uma outra era. Embora nos seus trabalhos não existissem quaisquer conotações de ordem religiosa, as suas ideias foram rapidamente adoptadas por aqueles que estavam interessados em encontrar uma fundamentação científica para o relato bíblico da criação.

Baseado no princípio da correlação dos orgãos, Cuvier tornou-se num dos principais defensores da teoria das criações múltiplas, defendo que os seres não se tinham sucedido uns aos outros por substituição gradual ou transformações morfológicas, mas sim por extinções repentinas. Cada uma das floras e faunas fósseis correspondia a uma nova criação de espécies. Como consequência desta teoria os diferentes seres deveriam encontrar-se circunscritos a determinados períodos de tempo, devendo ser encontrados apenas em formações atribuídas a essas épocas. Contudo, alguns naturalistas chamaram a atenção para o facto das investigações de campo evidenciarem que as floras e faunas fósseis não se encontravam bem delimitadas nos terrenos, pelo contrário, em certos locais encontravam-se vestígios de seres que alguns consideravam pertencerem a diferentes épocas. Estes dados pareciam evidenciar que a aparição e extinção de novas espécies se tinha processado de uma forma lenta e gradual, porém esta ideia não foi de imediato aceite, surgindo ainda outro tipo de explicações.
As concepções uniformitaristas dominaram a geologia durante o século XX, porém, nas últimas décadas, tem-se assistido a um renascimento do que se designa por neocatastrofismo. O problema da extinção dos dinossauros é representativo da co-existência de diferentes ‘olhares’ e interpretações sobre os mesmos dados, uns mais uniformitaristas, outros mais catastrofistas.

Quem matou os dinossauros? - Ficha de Trabalho











Ampliação de Conhecimentos

Conceitos básicos sobre radioactividade:
• Nuno Pinhão (*)
Fala-se hoje muito do urânio, das suas utilizações militares e das consequências para a população civil ou militar a ele exposta. No entanto o nível dos conhecimentos gerais sobre o comportamento no núcleo atómico, o fenómeno da radioactividade e respectivos riscos ou benefícios, é muito baixo originando, nuns casos, receios infundados e noutros, que a natureza dos perigos reais passem despercebidos.
A acrescentar a isto alguns jornais, jornalistas, «comentadores profissionais» ou ministros cuidam pouco de informar ou exprimir com correcção, não sendo raro ouvir ou ler coisas que poriam os cabelos em pé a qualquer estudante dos anos terminais do ensino secundário em alguns países Europeus.Ora o exercício da democracia - pelo menos com nós a concebemos - pressupõe uma informação clara e transparente, única forma de permitir decisões conscientes e avisadas.Não seria natural que o Governo, através dos meios de comunicação públicos promovesse a informação - cientificamente correcta - e o debate sobre esta problemática? Em vez disso envia-se uma «missão científica» a fazer trabalho técnico de recolha de amostras e medições em zonas onde, no dizer de um elemento da equipa, sabiam que não iriam encontrar nada pois a NATO já lá tinha andado a medir...No entanto os conceitos de base explicam-se em poucas palavras e servirão de aperitivo para os outros artigos deste suplemento. O nível de explicação é necessariamente simples e o rigor científico é, pontualmente, sacrificado à pedagogia. Esperamos porém que este pequeno texto ajude a entender melhor o tema em discussão.
1. Átomos e núcleos
O nosso ponto de partida será o átomo, a mais pequena parte de um elemento químico que mantém as suas propriedades. Numa imagem grosseira mas facilmente perceptível podemos comparar a estrutura de um átomo à do sistema solar - um núcleo central onde grande parte da massa se concentra, envolto a grande distância, por pequenas partículas girando em seu torno. No entanto a comparação acaba aqui, sendo a natureza das partículas que compõem o átomo e as forças e leis dominantes diferentes do que ocorre no sistema solar. No núcleo existem dois tipos de partículas muito semelhantes [1] - neutrões e protões - que se distinguem essencialmente por as primeiras terem carga eléctrica nula e as segundas uma carga positiva. Ao número total dessas partículas chamamos número de massa. É o número de protões no núcleo - que designamos por número atómico, Z - que identifica o tipo de elemento.Este núcleo é envolto por outras partículas - electrões - de massa muito menor e com carga negativa. Os electrões, arrumados em «camadas», são mantidos em torno do núcleo pela atracção electroestática dos protões. São os electrões das últimas camadas que intervêm nas ligações químicas já que os núcleos atómicos estão sempre, a esta escala, muito distantes das camadas externas.Se as cargas positivas no núcleo do átomo fossem deixadas livres e devido à repulsão electroestática, rapidamente se afastariam, destruindo o núcleo e com ele o átomo. É pois necessário uma «cola» muito forte para manter o núcleo unido sendo esse o papel dos neutrões [2]. No entanto essa «cola» tem um alcance muito curto. Assim, para um mesmo elemento químico (isto é, para o mesmo número atómico) podemos ter átomos com núcleos com mais ou menos neutrões no núcleo (isto é, diferente número de massa). É a esses diferentes núcleos que chamamos isótopos. Do que dissemos o leitor pode já antecipar que se tivermos «neutrões a menos» esse núcleo acaba por se transformar expontaneamente, sendo o inverso igualmente verdadeiro, se o núcleo for demasiado grande devido ao curto alcance da «cola» que o mantém unido.É a esta característica de transformação expontânea e aleatória dos núcleos que chamamos de radioactividade. Essa transformação ocorre num tempo característico de cada isótopo e usamos o conceito de meia-vida - isto é, o tempo necessário para que uma dada quantidade de um elemento se reduza a metade - para a caracterizar.
2. Partículas emitidas
Quando a radioactividade começou a ser estudada observou-se que podiam ser emitidas três tipos de partículas que, por ausência de uma correcta identificação, se designaram pelas letras gregas alfa, beta e gama. Mais tarde foram identificadas como sendo, respectivamente, o núcleo de um átomo de hélio (composto por dois protões e dois neutrões), electrões (para emissão beta-) e fotões de elevada energia. Quando uma partícula alfa é emitida o número atómico diminui de 2 e o número de massa de 4. Na emissão de uma partícula beta- o número atómico aumenta de um (a emissão beta- ocorre quando um neutrão se transforma num protão, emitindo um electrão).Estas partículas têm diferente poder de penetração na matéria envolvente que depende não só do tipo de partícula mas também da sua energia inicial. Mais uma vez a analogia com o que se passa à nossa escala é ilustrativa. Assim por exemplo a radiação alfa (por ser uma partícula grande e pesada) é facilmente absorvida por uma simples folha de papel realizando danos unicamente à superfície. Quanto aos seus efeitos, no essencial as radiações comportam-se como uma bola de «bowling» atirada para uma garrafeira - até dissipar toda a sua energia cinética e parar vai destruir ligações químicas e deslocar outros átomos das suas posições. As consequências desta destruição são complexas, dependendo do tipo de materiais ou órgão biológico, dose recebida, local onde ocorrem, etc.
3. O urânio
O elemento estável mais pesado é o chumbo com Z = 82. Todos os elementos com número atómico superiores são radioactivos decaindo ou por emissão alfa ou beta. O urânio é o elemento natural mais pesado, com um número atómico Z = 92, e encontram-se na natureza três isótopos - 238U (cerca de 99,27%), 235U (cerca de 0,72%) e 234U (cerca de 0,006%), onde o índice representa o número de massa.O decaimento do urânio origina uma cadeia de decaimentos consecutivos até chegar a um elemento estável, neste caso o chumbo. Os isótopos 238 e 235 originam duas cadeias distintas enquanto que o isótopo 234 surge na cadeia de decaimento do 238U. A abundância relativa de cada elemento na cadeia depende da sua meia-vida, sendo determinante o isótopo com meia-vida mais longa. No caso das séries do urânio estes são os isótopos do urânio, com meias-vida de 4,49 mil milhoes de anos para o 238U e 0,71 mil milhões de anos para o 235U.Note-se que, embora do ponto de vista radiológico os diferentes isótopos sejam diferentes, do ponto de vista químico, não há diferença entre os vários isótopos.
3.1 Propriedades e aplicações do Urânio
O isótopo 235 tem aplicação como combustível nuclear ou em armamento nuclear. Assim o urânio natural é sujeito a um processo de enriquecimento neste isótopo desde os 0,72% em que ocorre na natureza para valores da ordem de 3,2-3,6 % para a utilização em reactores ou até 90% para utilização em armas nucleares.O resultado desse enriquecimento é designado urânio empobrecido (DU). No entanto deste processo resulta também uma variação da concentração do isótopo 234U para cerca de 0,0008% sendo contudo importante considerar este isótopo para a avaliação da actividade total do DU. Estima-se que a actividade global do DU, tendo em conta os restantes elementos da cadeia de decaimento, é cerca de 78% da do urânio natural e a correspondente a actividade alfa de 57%.Devido à sua densidade elevada o DU é usado quer como contrapeso em aviões (um avião como o Boeing 747 necessita de 1500 kg de contrapeso) quer como escudo para absorção de outras radiações, por exemplo para armazenamento de combustível nuclear usado.Por outro lado, do ponto de vista químico é um metal pesado que, embora haja ainda falta de estudos científicos extensos, sabe-se ter efeitos tóxicos para o organismo quando partículas finamente dispersas são ingeridas ou inaladas.Apesar da manipulação de DU exigir algumas medidas de protecção e de limitação do tempo de contacto, na forma de peças com dimensões razoáveis não representa um risco significativo.
3.2 Aplicações militares
A utilização do DU em aplicações militares acarreta outra consequência importante - é que o urânio tem um ponto de fusão a uma temperatura relativamente baixa - 1132 ºC e facilmente se oxida (arde) dispersando-se em partículas finas. Pode assim dispersar-se por uma zona relativamente larga contaminando terrenos, linhas de água e a cadeia alimentar. Mesmo que as concentrações sejam baixas, a não serem feitos onerosos trabalhos de descontaminação de terrenos, os seus efeitos farão sentir-se ao longo de gerações.Mas esta temática certamente estará mais desenvolvida noutros artigos. Por agora fiquemos nos conceitos de base.
[1] Na realidade existem mais e os próprios neutrão e protão são compostos por outras partículas.[2] mais uma vez a realidade é mais complexa, ocorrendo a troca de uma partícula.
(*) Cientista, do Instituto Tecnológico e Nuclear

Critérios Específicos de Classificação dos Testes


Classificação de testes e fichas de avaliação :


- As cotações a atribuir a cada pergunta são expressas em números inteiros e indicadas no enunciado do teste ou ficha de avaliação;
- Todas as respostas dadas devem estar legíveis e devidamente referenciadas de uma forma que permita a sua identificação inequívoca. Caso contrário, é atribuída a cotação de zero pontos à(s) resposta(s) em causa;
- Se o aluno responder ao item mais do que uma vez, deve eliminar, clara e inequivocamente, a(s) resposta(s) que considerar incorrecta(s). No caso de tal não acontecer, é cotada a resposta que surge em primeiro lugar;
- Nos itens de resposta aberta, os critérios de classificação estão organizados por níveis de desempenho, de acordo com aspectos relativos aos conteúdos, à organização lógico-temática e à utilização de terminologia científica. São ainda avaliadas competências de comunicação escrita em língua portuguesa;
- Nos itens de escolha múltipla, é atribuída a cotação total à resposta correcta, sendo as respostas incorrectas cotadas com zero pontos;
- Nos itens de verdadeiro/falso, de associação / correspondência, a classificação a atribuir tem em conta o nível de desempenho revelado na resposta;
- Nos itens de ordenamento, só é atribuída cotação se a sequência estiver integralmente correcta;
- Nos itens fechados de resposta curta, caso a resposta contenha elementos que excedam o solicitado, só são considerados para efeito de classificação os elementos que satisfaçam o que é pedido, segundo a ordem pela qual são apresentados na resposta. Porém, se os elementos referidos revelarem uma contradição entre si, a cotação a atribuir é zero pontos;

Lição nº 32A/33A Lição nº 29B/30B

22/23 A
21/22 B
SUMÁRIO:
15/10/200
Entrega e correcção dos mapas de conceitos relativos às rochas.
Correcção do TPC, sobre aplicação dos princípios geológicos.
Discussão da ficha de trabalho: Quem matou os dinossauros?
Esclarecimentos sobre os critérios de classificação dos testes de avaliação.
Esclarecimento de dúvidas.


Enviei a todos e-mail: “Desafio RTP – fazer TV”

Entrega dos mapas e correcção.

Correcção do TPC:
Página 48. Questão 3. Recuo dos glaciares teria sido devido a:
a) Catastrofismo – aquecimento pontual, dirigido, sem ciclicidade, causado por grandes catástrofes, como o impacto de meteorito.
b) Uniformitarismo – aquecimento global, eventualmente lento, causado por processos cíclicos por exemplo de origem astronómica (mudança na excentricidade da órbita da Terra, p. ex.)
c) Segundo o catastrofismo o recuo dos glaciares foi uma mudança pontual, num planeta globalmente fixo, imutável; enquanto que, segundo o uniformitarismo, o recuo dos glaciares constituiu uma das muitas transformações que gradualmente afectam todo o planeta.

Quem matou os dinossauros? – Resumir as 7 hipóteses para as causas da extinção:
1- Teoria do Impacto
2- Erupções vulcânicas
3- A estrela da morte com 26 M. a.
4- Radiação resultante de uma supernova
5- Poeira galáctica
6- Doenças epidémicas
7- Predação dos ovos pelos mamíferos
E ainda:
8- Hipóteses uniformitaristas

Lição nº 29A/30A/31A Lição nº 26B/27B/28B

SUMÁRIO:
11/10/2007 e 12/10/2007
Entrega e correcção dos V`de Gowin.
Correcção do TPC sobre datação radiométrica.
Exploração do manual virtual, relativamente às matérias dadas anteriormente.
Montagem de uma escala do tempo geológico do comprimento da parede da sala.

A Terra, um planeta em mudança: A Terra é dinâmica e as ciências que se dedicam ao estudo da Terra também são dinâmicas, como testemunha a questão polémica das causas da extinção dos dinossauros. Mas há, qualquer que seja a questão em discussão, princípios básicos subjacentes ao raciocínio geológico:

Princípios básicos do raciocínio geológico:
Catastrofismo:
- até ao séc XVIII
- Cuvier
- As mudanças ocorridas na Terra foram pontuais, dirigidas e sem ciclicidade.
- Teria havido catástrofes que teriam provocado grandes extinções, seguidas de repovoamento por espécies vindas de outros locais.
- Teoria fixista

Uniformitarismo:
- A partir do séc XVIII
- Hutton
- As mudanças ocorridas na Terra foram graduais, lentas, generalizadas e cíclicas.
- As espécies vivas e os processos geológicos vão sofrendo transformações ao longo do tempo.
- Teoria evolucionista

Actualismo:
- é uma aplicação prática do uniformitarismo.
- As leis naturais são constantes no espaço e no tempo.
- As causas que provocaram determinados fenómenos no passado são idênticas às que provocam o mesmo tipo de fenómenos no presente = O presente é a chave do passado = Princípio das causas actuais.

Neocatastrofismo:
- actualidade
- Concilia o catastrofismo com o uniformitarismo.

Ficha de trabalho princípios do raciocínio geológico – página 47, questão 3. – em casa




Tendo em conta a escala proporcional do tempo geológico elaborada, seremos assim tão importantes para a Terra, como habitualmente nos achamos?

Vantagens e desvantagens da utilização desta escala.

Ficha de trabalho: Relógios Radiométricos e correcção


Lição nº 27A/28A Lição nº 24B/25B



19/20A
18/19B
SUMÁRIO:
10/10/2007
Correcção do TPC sobre idade relativa.

Resolução de exercícios sobre datação relativa e sobre datação absoluta.


Corrigir TPC – ficha dos princípios estratigráficos – página 37

Ficha de Nicolau Steno – datação relativa

Continuar com a datação absoluta:


(número de massa) 238 206
U Pb + partículas radioactivas
Cadeia de decaimento radioactivo(nº atómico) 92 82




O decaimento radioactivo não é afectado pelas condições de pressão e temperatura e ocorre a uma velocidade constante.
Assim, para cada isótopo radioactivo determinou-se esta velocidade:
Tempo de semivida ou período de semitransformação ou T1/2:
- o tempo necessário para que uma dada quantidade de um elemento se reduza a metade
- tempo que demora a que metade da quantidade inicial do isótopo se desintegre
- tempo necessário para que se dê a desintegração de metade do nº de átomos inicial
- tempo que dura o decaimento de 50% de isótopo pai, formando 50% de isótopo filho

A curva de desintegração não é uma proporção linear mas sim geométrica.
O início do decaimento é o momento de formação da rocha.

Esquema, Gráfico e ficha de trabalho página 39
Ficha de trabalho adicional: datação radiométrica

Questão final:
Apresentar limitações da utilização deste método na datação de rochas sedimentares e metamórficas.
Deve ser usado conjuntamente com a datação relativa, como nos exemplos da página 40.

Lição nº 25A/26A Lição nº 22B/23B

17/18 A
16/17 B
SUMÁRIO:
8/10/2007
Continuação do estudo do tema: A medida do tempo geológico e a idade da Terra.
Conclusão da ficha de trabalho sobre datação radiométrica.
1. A Terra, um planeta em mudança.
1.1. Princípios básicos do raciocínio geológico.


Acabar V de Gowin.

Recolher material dos alunos para a escala do tempo geológico.

Levar fósseis de trilobite, amonite, corais.

Idade relativa:
a)Relógios paleontológicos:
· Conceito de fóssil,
São restos de seres vivos (somatofóssil) ou vestígios da sua actividade (icnofóssil), preservados no registo geológico.
· Fossilização:
Os fósseis formam-se simultaneamente às rochas que os contém. É um processo raro. Vários tipos de processos: conservação total ou parcial, moldagem, mineralização, etc
· Que informações nos dão os fósseis?
- O modo de vida dos seres do passado
- As adaptações dos seres vivos ao meio ambiente
- E evolução da vida até à actualidade
- fóssil de fácies ou de ambiente: indicações precisas sobre as condições físico-químicas de formação das rochas.
- fóssil de idade ou indicador estratigráfico: permite conhecer o intervalo de tempo em que a rocha se formou
- Princípio da identidade paleontológica
Estratos que contenham o mesmo conjunto de fósseis são da mesma idade, mesmo que bastante afastados uns dos outros.


b)Relógios estratigráficos:
· Princípio da horizontalidade inicial
Quando se formam, os estratos depositam-se na horizontal. Posteriormente há forças que lhes mudam a posição inicial.
· Princípio da sobreposição
Numa sucessão de estratos não deformados, um estrato é mais antigo do que aquele que o recobre e mais recente do que aquele que lhe serve de base.
Outros princípios

Ficha de trabalho: Que informações podem fornecer os fósseis?

Ficha de trabalho: Como determinar a idade relativa das rochas?


Datação absoluta:
Relógios radiométricos ou isotópicos:
Átomos: (protões + neutrões) no núcleo + electrões em seu redor.
Nº atómico = nº de protões, define um dado elemento
Nº de massa = nº de protões + nº de neutrões, é variável
Isótopos: átomos do mesmo elemento mas que têm diferente nº de massa.
Há transformações espontaneas dos isótopos no sentido de atingirem a estabilidade: radioactividade
Consiste na emissão de partículas:
Alfa: núcleo de um átomo de hélio (composto por dois protões e dois neutrões)
Beta: electrões (para emissão beta -)
Gama: fotões de elevada energia (corpúsculo de luz, sem massa e propaga-se à velocidade da luz)
Quando uma partícula alfa é emitida o número atómico diminui de 2 e o número de massa de 4.
Na emissão de uma partícula beta - o número atómico aumenta de um (a emissão beta - ocorre quando um neutrão se transforma num protão, emitindo um electrão).
238 234
U Th + partícula alfa
92 90


14 14
C N + partícula beta
6 7

40 40
K Ar + partícula radioactiva
19 18

Lição nº 22/23/24

16 A
SUMÁRIO:

4/10/2007
Trabalho prático: Simular a actuação de agentes erosivos em rochas meteorizadas e não meteorizadas. Elaboração do V de Gowin respectivo.


Lição nº 20/21

14/15
SUMÁRIO:
3/10/2007
Conclusão das actividades da aula anterior.
Ficha de trabalho: Relógios radiométricos.
3.2 Memória dos tempos geológicos.


Elabora um mapa de conceitos, com as seguintes palavras:

Agentes de metamorfismo
Calor
Cimentação
Compacção
Desidratação
Detritos
Diagénese
Fluidos de circulação
Magma
Material de origem biológica
Precipitação de substâncias químicas dissolvidas
Pressão
Plutónicas
Rochas
Rochas magmáticas
Rochas metamórficas
Rochas pre-existentes
Rochas sedimentares
Sedimentogénese
Sedimentos
Tempo
Vulcânicas
Aula de 2ª feira, para montarmos uma escala do tempo geológico:
· Cartolinas vermelhas 21,16 metros,
· Cartolinas verdes 1,53 metros,
· Cartolinas azuis 0,96 metros,
· Cartolinas amarelas 0,34 metros,
· bostick, calculadora, fita métrica, giz branco e corrector, escadote, cola
· Folhas imprimidas com (palavras e imagens):
a) formação da Terra e do Sistema Solar (4600 Ma = 24 metros)
b) formação dos mares ( 4000 Ma = )
c) primeiras formas de vida – unicelulares, cianobactérias que formaram os estromatólitos ( 3000 Ma = 15,65 m)
d) enriquecimento da atmosfera em O2, aparecimento de minerais oxidados ( 2300 Ma = 12 m)
e) primeiros eucariontes (1500 Ma = 7,83 m)
f) primeiros invertebrados marinhos – Fauna de Ediacara ( 630 Ma = 3,29 m)
g) diversificação da vida nos oceanos – explosão câmbrica – trilobites (542 Ma = 2,83 m)
h) primeiros vertebrados - Ostracodermes, aparecimento dos peixes (488 Ma = 2,54m )
i) primeiras plantas terrestres - musgos (444 Ma = 2,32m)
j) domínio dos peixes (pouco antes de 416 Ma = 2,17 m)
k) primeiros anfíbios (Ichhyostega) (416 Ma = 2,17 m)
l) desenvolvimento densas florestas (359 Ma = 1,87 m)
m) aparecimento e desenvolvimento dos insectos (359 Ma = 1,87 m)
n) Crise biológica (251 Ma = 1,30 m)
o) Crise vulcânica (251 Ma = 1,30 m)
p) Impactos meteoríticos em grande escala (251 Ma = 1,30 m)
q) extinção das trilobites (251 Ma = 1,30 )
r) extinção de 95% de espécies marinhas (251 Ma = 1,30 )
s) início da fragmentação da Pangeia (III) de Wegener (251 Ma = 1,30 )
t) diversificação e expansão das amonites ( depois de 251 Ma = 1,30 m)
u) Crise biológica (200 Ma = 1,04 m)
v) Crise vulcânica (200 Ma = 1,04 m)
w) Impactos meteoríticos em grande escala (200 Ma = 1,04 m)
x) diversificação e expansão dos dinossauros (a partir de 200 Ma = 1,04 m)
y) primeiras aves (antes de145 Ma = 0,76 m)
z) Crise biológica (200 Ma = 1,04 m)
aa) Crise vulcânica (200 Ma = 1,04 m)
bb) Impactos meteoríticos em grande escala (200 Ma = 1,04 m)
cc) primeiros mamíferos (antes de 65 Ma = 0,34 )
dd) primeiras plantas com flores (antes de 65 Ma = 0,34 )
ee) Crise biológica (145 Ma = 0,76 m)
ff) Crise vulcânica (145 Ma = 0,76 m)
gg) Impactos meteoríticos em grande escala (145 Ma = 0,76 m)
hh) Crise biológica (65 Ma = 0,34 m)
ii) Crise vulcânica (65 Ma = 0,34 m)
jj) Impactos meteoríticos em grande escala (65 Ma = 0,34 m)
kk) extinção dos dinossauros e das amonites (65 Ma = 0,34 m)
ll) formação dos Himalaias, Alpes e Pirinéus (50 Ma = 0,26 m)
mm) diversificação de plantas com flores (antes de 23 Ma = 0,12 m)
nn) expansão das aves e dos mamíferos (antes de 23 Ma = 0,12 m)
oo) desenvolvimento de mamíferos de grande porte (a partir de 23 Ma = 0,12 m)
pp) Crise biológica (33 Ma = m)
qq) Crise vulcânica (33 Ma = m)
rr) Impactos meteoríticos em grande escala (33 Ma = m)
ss) formação da Serra da Arrábida (16 Ma = 0,08 m)
tt) aparecimento dos hominídeos – Australopitecus (5 Ma = 0,03 m)
uu) aparecimento da espécie humana - Homo (2 Ma= 0,01 m)
vv) Escala do tempo geológico
ww) Eras e períodos:
Ø Fim do Pré-Câmbrico (542 Ma = 2,83 m)
Ø Fim do Paleozóico (251 Ma = 1,30 )
Ø Fim do Câmbrico ()
Ø Fim do Ordovícico (444 Ma = 2,32 )
Ø Fim do Silúrico (416 Ma = 2,17 )
Ø Fim do Devónico (359 Ma = 1,87 )
Ø Fim do Carbonífero (299 Ma = 1,56 )
Ø Fim do Pérmico (251 Ma = 1,30 )
Ø Mesozóico (de 251 Ma até 65 Ma = de 1,30 até 0,34 m)
Ø Fim do Triásico (200 Ma = 1,04 )
Ø Fim do Jurássico (145 Ma = 0,76 )
Ø Fim do Cretácico (65 Ma = 0,34 )
Ø Cenozóico (de 65 Ma até actualidade = de 0,34 m até 0, 0 m)
Ø Fim do Paleogénico (23 Ma = 0,12 m)
Ø Fim do Neogénico (actualidade)
Ø Quaternário (2 Ma até actualidade = 0,01 m até 0,00)

Cálculos feitos:
4600 Ma 24 m = 2400cm
……. Ma X X = (……..x 24) / 4600

domingo, 14 de outubro de 2007

Lição nº 18/19

12/13

SUMÁRIO:

1/10/2007
Conclusão do estudo do ciclo das rochas.
Elaboração de mapa de conceitos relativo às rochas, arquivos que relatam a história da Terra.
1. A medida do tempo geológico e a idade da Terra.
1.1. Idade relativa e idade radiométrica.
Resolução das fichas de trabalho:
Tempo, uma questão central em geologia?
Que informações podem fornecer os fósseis?
Como determinar a idade relativa das rochas?

TPC: Emendar página 22, é a 21, ao turno de 5ª feira.

Acabar ppt, a partir das r. Magmáticas

Ciclo das rochas na net.

Início do estudo:
A medida do tempo geológico e a idade da Terra.

O conceito de tempo é fundamental na geologia, por exemplo: as rochas são rígidas ou plásticas? Depende do tempo que considerarmos.

E sempre se teve a idéia de que a Terra era muitíssimo antiga, quando comparada com a idade dos homens?
Não. Falar de Steno sobretudo ao turno de 6ª feira. Fixismo, imobilismo, criacionismo, eram idéias assentes no meio científico no séc. XVII.
Como terá então evoluído o conceito de tempo geológico? – fazer ficha do livro, página 34.

E actualmente, como se determina a idade da Terra?
Idade relativa versus Idade absoluta (de uma pessoa, da Terra, etc)

Lição nº 15/16/17



11
SUMÁRIO
27/9/2007 e 28/9/2007
Trabalho prático: Como se processa a sedimentação?
1.1. Rochas Magmáticas e Metamórficas.
Exploração de powerpoint.
1.2. Ciclo das Rochas

Exploração de uma animação do ciclo das rochas na internet


TPC:
1. Fazer os exercícios da página 33.
2. Fazer as fichas de trabalho das páginas 21 e 23.
3. Ler o capítulo das rochas: pág 19 à 30
4. Situação II da página 25
5. Pensar no trabalho prático e V de Gowin a fazer na próxima aula prática, com o seguinte objectivo:
· Simular a actuação de agentes erosivos em rochas meteorizadas e não meteorizadas.

6. Começar trabalhos de ampliação e aplicação de conhecimentos.




O powerpoint foi enviado para os e-mails.

Vou enviar também para o e-mail associado ao blog: biogeo10ano@gmail.com

A animação do ciclo das rochas está em:
http://www.classzone.com/books/earth_science/terc/content/investigations/es0602/es0602page02.cfm

Lição nº 13/14

9/10

SUMÁRIO
26/9/2007
Correcção do TPC e resolução de uma ficha de aplicação de conhecimentos sobre a interacção dos subsistemas terrestres.
1.1. Rochas Sedimentares.
Exploração de powerpoint.

Lição nº 11/12

7/8
SUMÁRIO
24/9/2007
Eleição do delegado e subdelegado de turma.
Auto e heteroavaliação.
Início da elaboração de um blog para a disciplina.
Lanche de confraternização.

"Hipótese de Gaia"

Texto 1:
Gaia é o nome que os antigos gregos usavam para designar a deusa da Terra. Esta deusa era ao mesmo tempo não só gentil, feminina e criadora, nas também cruel para todos aqueles que não vivessem em harmonia com o planeta.
Gaia foi a designação escolhida para a hipótese que considera que a evolução dos organismos é de tal forma inseparável da evolução do seu ambiente físico e químico, que juntos constituem um único processo evolutivo, auto-regulável. Desta forma, tanto o clima como as rochas, o ar e os aceanos não se limitam a ser “abastecidos” pela geologia, são também consequência da presença de vida.
Lovelock – Gaia, a prática científica da medicina planetária
Texto 2:
Vista da distância da lua, o que há de mais impressionante com a Terra, o que nos deixa sem ar, é o facto dela estar viva.
No espaço, flutuando livre embaixo da membrana húmida e cintilante de um luminoso céu azul, surge a Terra, o que há de exuberante nessa parte do cosmo. Se pudéssemos olhar por algum tempo, veríamos o torvelinho das grandes camadas de nuvens brancas, encobrindo e descobrindo as massas de terra meio escondidas.Observando por um tempo muito longo, um tempo geológico, veríamos os próprios continentes em movimento, flutuando à deriva, separados em suas placas de crosta sustentadas pelo fogo abaixo.
Ela tem a aparência organizada e auto-suficiente de uma criatura viva, plena de sabedoria, maravilhosamente hábil na manipulação do sol.
Lewis Thomas - the Lives of a Cell
Texto 3:
A Hipótese de GAIA é um lema de suma importância para reflectirmos.
Verificaremos estarrecidos que, apesar de estarmos aqui há tão pouco tempo, principalmente nos últimos 200 anos e mais aceleradamente nos 100 últimos anos, conseguimos uma proeza pouco invejável, a de colocar em perigo não só a nossa sobrevivência, mas a do próprio planeta Terra. A poluição descontrolada devido à expansão industrial e os transportes modernos; a devastação das florestas no mundo todo; o mau uso dos solos agricultáveis, provocando a erosão e em alguns lugares o avanço dos desertos ou a esterilização de extensas áreas que antes eram férteis; o aumento populacional em proporções geométricas; as montanhas de lixo, resultado do desperdício de nossa civilização consumista, infectando os rios e mares; e o crescimento exagerado e desordenado das áreas urbanas. Tudo isso vem, dia-a-dia, acelerando o desequilíbrio do ambiente planetário. Atingimos ou estamos próximos de atingir os limites suportáveis que a Terra tem quanto à sustentação da vida, em todas as formas e principalmente a vida humana.
Achamos que como indivíduos não podemos fazer nada ou simplesmente não compreendemos que cada acção nossa possa influir no conjunto do planeta. Esquecemos que fazemos parte, todos nós, cada um de nós, do todo. Fazemos parte do conjunto, do Sistema Terra. Há uma interligação e uma interdependência em tudo. As plantas, os animais, o homem, os rios, os mares, a atmosfera. A Terra é um imenso corpo, um verdadeiro organismo vivo auto-regulador, do qual nós, seres humanos, fazemos parte integrante. Desta forma, uma mudança ou interferência em qualquer componente do conjunto, por menor que seja, será sentida no todo.
Trata-se de uma visão holística, onde se vê a totalidade, onde o todo é entendido como maior que a soma entre as partes, pois inclui as partes e as relações entre elas.
A Terra está viva, como afirma o biólogo inglês James Lovelock e a bióloga americana LYnn Margulis. Diz ele que é preciso entender que cada componente da Terra funciona de forma tão interligada, que pode ser comparada a uma orquestra bem afinada. As plantas e os animais fazem parte do mesmo conjunto, da mesma unidade funcional. São órgãos de um organismo maior:- GAlA, o próprio Planeta Terra.
As árvores, as florestas, os animais, os insectos, os microorganismos, as pradarias, os banhados, as algas microscópicas dos oceanos, são também órgãos nossos. Diríamos, órgãos externos, tão nossos quanto o coração, os pulmões. o fígado, estes, nossos órgãos internos. Assim, qualquer destes componentes está aqui para nós, como nós também estamos para eles. Cada qual possui sua função dentro do conjunto, que é o corpo de GAIA.
Entender e aceitar isto é compreender que GAlA, como um corpo vivo, também faz parte de um conjunto mais amplo, em perfeita interacção com o restante do Sistema Solar, com a galáxia e com o resto do Universo.
O corpo planetário de GAIA está sujeito ao próprio destino do Cosmos. Há uma interacção, uma ligação, uma inter-relacão entre o micro e o macrocosmos.
O Planeta Terra deve ser sentido como um ente vivo, que tem identidade própria, talvez único de sua espécie, pois que, se existirem outras Gaias no Universo, seja em nossa ou em outras galáxias, certamente serão todas diferentes de nossa GAIA.
Repetimos aqui as palavras de um índio pele-vermelha, da triboSquawmish, o chefe Seatle, em carta-resposta dirigida ao Presidente dos Estados Unidos, em 1854, o qual propusera a compra da sua reserva e a transferência de seu povo para outro local. O velho chefe índio, entre outras palavras de profunda sabedoria e simplicidade, escreveu ao Grande Chefe Branco que:
“Como é que se pode comprar ou vender o céu, o calor da terra? Essa ideia nos parece estranha. Se não possuímos o frescor do ar e o brilho da água, como é possível comprá-los? (...)“
“Somos parte da terra e ela faz parte de nós“. (...)
“Isto sabemos: a terra não pertence ao homem; o homem pertence à terra. Isto sabemos: todas as coisas estão ligadas como o sangue que une uma família. Há ligação em tudo.”
"O que ocorrer com a terra, recairá sobre os filhos da terra. O homem não tramou o tecido da vida; ele é simplesmente um de seus fios. Tudo o que fizer ao tecido, fará a si mesmo.”
Fernando Fraga
Texto 4:

Quando a NASA preparou as primeiras naves não tripuladas que desceram em Marte com aparelhos supersensíveis para ver se encontravam alguma espécie de vida, James Lovelock, que trabalhava como consultor de projetos, disse-lhes para não perderem tempo. Com uma análise da atmosfera de Marte ou de qualquer outro planeta poderia se dizer se havia ou não vida. Bastaria identificar com o auxílio de um espectroscópio se a atmosfera estava perto ou longe do equilíbrio químico. A atmosfera terrestre parece violentar as leis da química. Por uma razão e lógica próprias este desequilíbrio é mantido, assim como a temperatura. A Terra tem homeostase. Desde que apareceu a vida, há 3,5 bilhões de anos, o Sol já ficou duas vezes mais quente. Mas a vida na Terra, ou a lógica de Gaia, manteve a temperatura própria para vivermos em sua superfície. Lovelock, pensando mais profundamente no problema, resolveu inverter o enfoque tradicional, segundo o qual a vida existe na Terra porque reúne e mantém condições certas. Se a Terra oferece condições, deduziu, é porque a vida assim as mantém. A primeira atmosfera terrestre foi de hidrogénio, mas foi perdida por causa da pequena gravidade do planeta. A segunda proporcionava forte efeito-estufa, pois o Sol era duas vezes mais frio. Ela era constituída basicamente de gás carbônico, metano e amoníaco, com restos de hidrogênio da primeira. Era redutora e de origem eruptiva. Somente nela poderia aparecer a vida. Se as primeiras substâncias orgânicas surgissem numa atmosfera como a nossa, seriam rapidamente destruídas pela oxidação.
A partir do metano e do amoníaco da atmosfera, com a energia das descargas elétricas e da radiação solar, formava-se sempre mais material orgânico nos oceanos. Com isso diminuía o efeito-estufa. O sol estava ficando lentamente mais quente. Era preciso controlar. Os primeiros organismos só podiam alimentar-se da matéria orgânica existente nos oceanos. A "sopa primordial" começou a autoconsumir-se. Havia perigo de extinção. Por volta de 2,5 bilhões de anos atrás Gaia achou a solução. A fotossíntese permitiu à vida sintetizar sua própria matéria orgânica captando energia solar. Era uma solução, mas apresentava perigo - foi a primeira grande crise de poluição. O oxigênio libertado na fotossíntese era venenoso, mortal para os seres anaeróbios existentes. A vida superou aquela crise.
No organismo de Gaia, nós, humanos, individualmente somos apenas células de um de seus tecidos. Um tecido que hoje se apresenta canceroso, mas ainda tem cura. Já somos os olhos de Gaia. Hoje atravessamos um momento decisivo na vida de Gaia. O homem, conhecendo demais, cego de orgulho e com gula incontrolável, desencadeou um processo de demolição que supera as crises anteriores.
A sociedade industrial já está interferindo na concentração de gás carbônico na atmosfera, contrariando as tendências de Gaia num de seus importantes sistemas de controle da temperatura.
Outro sistema de controle de temperatura encontrado por Gaia após a última glaciação está ameaçado. O sistema foi o alastramento das florestas tropicais húmidas no que hoje chamamos de Amazônia, Congo, Índia, Sri Lanka, Bangladesh, Indochina, Indonésia, Oceania, Austrália. Estas florestas têm uma fantástica evapo-transpiração. São gigantescos aparelhos de ar condicionado que exercem influência direta nos climas dos dois hemisférios porque estão na Linha do Equador.
Mais uma vez o homem está contrariando os desígnios de Gaia. Em todo o mundo estão sendo demolidas as florestas tropicais húmidas, num ritmo que alcança 100.000 km²/ano. No caso da Amazónia, se for devastada, poderá ser desencadeado um processo de colapso da grande floresta. Pois ela faz o seu próprio clima. Onde a floresta desaparece é substituída por solo nu. No lugar da evapo-transpiração, o solo torrado pelo sol produz ventos ascencionais quentes. As nuvens se dissolvem, deixa de cair chuva mais adiante.
José Lutzemberger
Texto 5:
Durante milénios, a humanidade explorou a Terra sem ter em conta o preço a pagar. Agora, com o mundo a aquecer e os padrões climáticos a alterarem-se drasticamente, a Terra começa a retaliar. James Lovelock, um dos gigantes do pensamento ambientalista, argumenta apaixonada e poeticamente que, apesar do aquecimento global ser agora inevitável, ainda estamos a tempo de salvar, pelo menos em parte, a civilização humana. Este livro, escrito aos 86 anos e depois de uma vida inteira dedicada à ciência da Terra, constitui o seu testamento.
“A Vingança de Gaia” – James Lovelock




Tópicos possíveis para exploração:
- A interacção entre os subsitemas terrestres para a homeostasia (auto-regulação) de Gaia.
- As implicações dos desequilíbrios causados num “órgão” de Gaia.

Biosfera 2 - Ampliação de Conhecimentos -






Tópicos possíveis de explorar:
- O projecto pretendia que a Biosfera 2 fosse um sistema fechado, mas tal não se concretizou: ela funcionou como sistema aberto.
- A Biosfera 2 comprova a fragilidade dos equilíbrios entre os subsistemas terrestres Biosfera, Atmosfera, Geosfera e Hidrosfera.

Lição nº 8/9/10



6
SUMÁRIO
20/9/2007 e 21/9/2007
Correcção do TPC, relativo à evolução da atmosfera terrestre.
1. As rochas, arquivos que relatam a história da Terra.
Ficha de Trabalho: Em que contextos geológicos se podem gerar os diferentes tipos de rochas?
Trabalho prático: Como caracterizar e identificar macroscopicamente diferentes tipos de rochas?


Corrigir o TPC

Implicações da Terra ser um sistema fechado e ser formada por subsistemas em interacção:
· Esgotamento dos recursos naturais existentes.
· Acumulação de materiais poluentes.
· Desequilíbrio num subsistema afecta os outros subsistemas.

“Como se extinguiram os dinossauros?” – situação problema que pode ser explicada neste contexto.

Ficha de Trabalho do livro: Em que contextos geológicos se podem gerar os diferentes tipos de rochas?

Trabalho prático: Como caracterizar e identificar macroscopicamente diferentes tipos de rochas?

TPC: Ler as páginas do livro (da 10 à 18) e fazer os exercícios referentes a esta matéria (exercício 1 e 2, página 32).

restantes acetatos




Acetatos sub-sistemas Terrestres






Lição nº 6/7

4/5
SUMÁRIO
19/9/2007
Conclusão do estudo da interacção entre os subsistemas terrestres.
Elaboração de mapa de conceitos relativo à matéria dada.
Trabalhos de ampliação:
Biosfera 2
Teoria de Gaia


Elaboração do mapa de conceitos.

Sistema Terra:
Quais os seus subsistemas? Caracterizá-los. Classificá-los como sistemas abertos.

Acetatos:
A Terra, imagem vista do espaço.
A biosfera: unidade na diversidade (reinos) e organização hierárquica da vida.
A atmosfera: sub camadas da atmosfera e evolução da atmosfera terrestre.
A geosfera: estrutura da Terra e génese de um solo
A hidrosfera: distribuição da água no planeta e ciclo da água

Outros exemplos de interacção entre os subsistemas:

Geosfera - Hidrosfera:
Alteração das rochas e das paisagens por acção da água.
Escoamento subterrâneo da água no Ciclo hidrológico.


Trabalhos de ampliação:
Biosfera 2
Teoria de Gaia, de Lovelock

Faz uma pesquisa na net, em jornais, revistas ou noutro meio de comunicação social de divulgação científica, e procura recolher informação sobre um assunto tratado nas aulas e que evidencie o carácter aplicado da Geologia/Biologia.
Prepara uma apresentação breve à turma, na qual:
- resumas a informação que seleccionaste
- relaciones essa informação com a matéria dada.

TPC: Ficha de trabalho sobre a evolução da atmosfera

Hidrosfera - Biosfera:
Grandes áreas florestais aumentam a precipitação.
Água constitui maioritariamente os seres vivos.

Hidrosfera - Atmosfera:
Ciclo hidrológico

Geosfera - Biosfera:
Formação de carvão e calcários
Substrato físico: Solo

Geosfera - Atmosfera:
Libertação de CO2 para a atmosfera, pelas erupções vulcânicas.

Biosfera - Atmosfera:
O2 libertado pelos seres vivos, permitiu a formação de O3, que protege os seres vivos

Mapa de conceitos Sistema Terra




Lição nº 4/5

2/3
SUMÁRIO
17/9/2007
Correcção do TPC.
1.1. Subsistemas terrestres (geosfera, atmosfera, hidrosfera e biosfera)
1.2. Interacção de subsistemas.
Exploração de acetatos.
Ficha de trabalho: Quais os efeitos das alterações climáticas no mediterrâneo?




Correcção do TPC:
Página 11, questão 1 e 2
Página 12, questão 1 (energia solar e/ou energia eléctrica), 2 (trocas de energia – luminosa e calorífica - e de matéria – alimento, água) e 3 (biosfera vive na hidrosfera, a biosfera utiliza gases e liberta gases para a hidrosfera e esta difunde-os para a atmosfera).

Ficha do livro sobre a mudança climática na Mediterrâneo, em grupo, seguida de discussão na aula.

Elaborar um mapa de conceitos com as seguintes palavras:
Aberto
Atmosfera
Biosfera
Geosfera
Hidrosfera
Interacção
Isolado
Fechado
Sistema
Sistema Terra
Subsistemas

Grelha de registo da auto e hetero avaliação


Gestão do programa da disciplina

1º Período Nº de aulas de 45 min: 84

TEMA I - A GEOLOGIA, OS GEÓLOGOS E OS SEUS MÉTODOS

1.Terra e os seus subsistemas em interacção.
2. As rochas, arquivos que relatam a História da Terra.
3. A medida do tempo e a idade da Terra.
4. A Terra, um planeta em mudança.


TEMA II - A TERRA, UM PLANETA MUITO ESPECIAL

1. Formação do Sistema Solar.
2. A Terra e os planetas telúricos.
3. A Terra, um planeta único a proteger.


TEMA III - COMPREENDER A ESTRUTURA E A DINÂMICA DA GEOSFERA

1. Métodos para o estudo do interior da geosfera.
2. Vulcanologia.

2º Período Nº de aulas de 45 min: 70

3. Sismologia.
4. Estrutura interna da geosfera.


MÓDULO INICIAL DA BIOLOGIA: DIVERSIDADE NA BIOSFERA

1. A Biosfera.
2. A célula.


UNIDADE 1 – OBTENÇÃO DE MATÉRIA

1. Obtenção de matéria pelos seres vivos heterotróficos.

3º Período Nº de aulas de 45 min: 84

2. Obtenção de matéria pelos seres vivos autotróficos.


UNIDADE 2 – DISTRIBUIÇÃO DE MATÉRIA

O transporte nas plantas
O transporte nos animais


UNIDADE 3 – TRANSFORMAÇÃO E UTILIZAÇÃO DE ENERGIA PELOS SERES VIVOS

Fermentação
Respiração Aeróbia
Trocas gasosas em seres multicelulares


UNIDADE 4 – REGULAÇÃO NOS SERES VIVOS

Regulação nervosa e hormonal em animais
Hormonas vegetais

Biologia e Geologia...

Ciências para o futuro!